Reflexões sobre a Reforma Sucupira e as Cartas de D. Dinis: é possível um diálogo da universidade na história?
DOI:
https://doi.org/10.20435/serie-estudos.v22i46.1096Palavras-chave:
universidade, formação humana, civilidade.Resumo
O objetivo deste artigo é fazer uma análise da relevância da Universidade na história. Para isso tomamos como exemplo dois momentos específicos e distintos dessa Instituição, a Reforma Universitária de 1968, no Brasil, denominada Reforma Sucupira, e três Cartas de D. Dinis [1261-1325], monarca português, em fins do século XIII e início do XIV, que tratam do nascimento da Universidade em Portugal (JANOTTI, 1992; MATTOSO, 1997). Esses dois conjuntos de documentos nos permitem afiançar que tanto na Idade Média como no Brasil, na segunda metade do século XX, esta Instituição educativa ocupa lugar central na política dos governantes, seja na do rei medieval português, seja na de Costa e Silva, presidente brasileiro, da ditadura militar. Além desse conjunto de documentos, dialogaremos com intelectuais dos séculos XX e XXI que pesquisam essa instituição de ensino superior. Nossas reflexões têm como fio condutor evidenciar como a Universidade se constitui em peça-chave para o desenvolvimento sociocultural nos dois contextos e espaços, na medida que sua principal finalidade é formar pessoas para o convívio social. Nosso caminho teórico metodológico é a história e a história da educação, com forte inclinação à perspectiva historiográfica da primeira corrente da Escola dos Annales, especialmente quanto ao usodos conceitos de permanência e longa duração.Referências
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