Mounier e a condição da mulher
DOI:
https://doi.org/10.20435/serie-estudos.v22i45.961Palavras-chave:
Mounier, condição da mulher, discriminação e dignidade.Resumo
Em 1936, saiu um número de Esprit intitulado A mulher também é uma pessoa, com artigo no qual Mounier denuncia que houve revoluções contra a opressão dos proletários, mas nenhuma em defesa de um proletariado muito maior, o das mulheres. Contra a rejeição quase geral, 13 anos após, vê positivamente, embora com reservas, o livro de S. Beauvoir O Segundo Sexo. Retoma o tema “a condição da mulher” nos livros Manifesto a serviço do Personalismo, Tratado do caráter, Quando a cristandade morre, O Personalismo. As posições de Mounier em defesa da dignidade da mulher e suas denúncias dos preconceitos da época contra ela e das concepções da Igreja, justificando seu confinamento doméstico e sua total submissão ao homem, são amplamente resgatadas por estudiosos como Giulia P. Di Nicola, Michelle Perrot e Attilio Danese. Sua visão de mundo e de Igreja fazem-no precursor leigo do Vaticano II. A mulher que busca sua libertação como indivíduo, enfrentará, mesmo na liberdade conquistada, os limites e as amarras do individualismo, se não puder abrir-se, como pessoa, à alteridade e à transcendência, na plenitude de sua vocação humana.
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