A produção cultural da docência na educação profissional e tecnológica
DOI:
https://doi.org/10.20435/serie-estudos.v22i44.936Palavras-chave:
Docência, cultura, governamentalidade.Resumo
Este texto tem por objetivo problematizar a produção cultural dos sujeitos professores da educação profissional e tecnológica que trabalham com Educação de Jovens e Adultos (EJA) em um câmpus do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul). O debate se dá na análise de um dispositivo – a formação continuada de professores – e efeitos que as ações desse dispositivo produzem: o controle dos sujeitos envolvidos com o programa. As análises aqui apresentadas são desdobramentos da produção de dados de uma pesquisa de mestrado[1], com aporte teórico centrado nas contribuições de Michel Foucault, em articulação com o pensamento de outros autores que, como ele, debruçam-se sobre as formas de governo e de constituição dos sujeitos em nossa cultura. Dentre os mecanismos de saber/poder utilizados pelo dispositivo como estratégias de governo, selecionam-se o exame e a confissão (FOUCAULT, 1987, 2011). Procura-se mostrar como o professor se constitui sujeito objetivado pelo discurso do dispositivo e subjetivado por suas resistências às estratégias desse mesmo dispositivo. Entende-se, igualmente, com Hall (1997) que as práticas sociais, na medida em que dependam do significado para funcionarem e produzirem efeitos, são discursivas. Logo, o governo das condutas se dá nas relações entre cultura e poder. Problematiza-se, nesse processo, a constituição do professor enquanto sujeito ético em relação com o código moral que lhe é prescrito culturalmente.[1] Dissertação orientada pelo segundo autor deste texto.
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