Diagnóstico da evasão universitária nas séries iniciais dos cursos presenciais da Graduação da UEMS em 2014: um estudo comparativo entre os ingressantes pelo regime de cotas e os de ampla concorrência
DOI:
https://doi.org/10.20435/serie-estudos.v23i48.1100Palavras-chave:
ações afirmativas, cotas, evasão universitária.Resumo
O objetivo deste trabalho foi levantar o índice de evasão anual dos alunos cotistas negros das primeiras séries dos cursos presenciais de graduação da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Unidade Universitária de Dourados, no ano de 2014. A taxa de evasão anual da UEMS, no período analisado, corresponde a 35,8% nas vagas gerais, que abrange o total de vagas ofertadas (ampla concorrência, indígena, negro). Por modalidade de ingresso, a evasão anual girou em torno de 36,5% na categoria ampla concorrência; 27%, no regime de cotas para a população indígena; e 33,8%, nas vagas reservadas para a população de pretos e pardos. Para uma melhor compreensão das causas da evasão, combinou-se a análise quantitativa com as entrevistas de seis alunos negros que desistiram dos seus cursos. Essas entrevistas destacaram como fatores da evasão: a dificuldade socioeconômica, a distância entre domicílio e universidade, falta de afinidade com o curso escolhido, como também a falta de acolhimento por parte da instituição. A ínfima diferença do número de evasão, entre os estudantes ingressantes pela ampla concorrência e os ingressantes pelo regime de cotas, mostra que a evasão é um problema amplo, não específico aos ingressantes pelo regime de cotas, reconhecendo a importância das ações afirmativas para o acesso e a diversificação étnico-racialdo ensino superior brasileiro.
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