Formação de professores e o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID): apontamentos sobre avanços e contradições de um programa
DOI:
https://doi.org/10.20435/serie-estudos.v22i44.916Palavras-chave:
Formação docente, PIBID, Educação Básica.Resumo
Nas últimas décadas, avultam análises destacando a urgência e a importância do estabelecimento de vínculos mais estreitos entre as instituições de formação e a escola. O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) emerge nesse cenário visando estimular e valorizar a opção pelo magistério, iniciativa que, em 2017, registra dez anos de implantação. Quais diretrizes delineiam esse Programa? Que avanços e contradições podem ser identificados na configuração do PIBID desde sua primeira edição? Essas inquietações dão corpo ao exercício de problematização da temática neste escrito. No centro das reflexões, estão as diretrizes norteadoras e delineadoras do Programa, assim como seus avanços e contradições. O exame da temática foi realizado com suporte na análise documental das seguintes fontes: referências legais e editais lançados desde o início do PIBID. O acesso aos documentos aconteceu por consulta direta ao sítio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O referencial teórico apoiou-se nas formulações de autores como Nóvoa, Garcia e Farias. A análise qualitativa evidenciou que o PIBID apresenta forte potencial de socialização profissional, embora também se mostre com contradições, delineando-se ora numa perspectiva de ruptura com processos técnicos e pragmáticos, ora afirma e se apoia em tais processos. Instituir políticas de formação docente fortes e abrangentes permanece, assim, um desafio neste início do século XXI.Referências
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