A captura das crianças e adolescentes: refletindo sobre controvérsias públicas envolvendo gênero e sexualidade nas políticas de educação
DOI:
https://doi.org/10.20435/serie-estudos.v20i52.1354Palavras-chave:
Escola sem Homofobia, Gênero e Sexualidade, Infância e AdolescênciaResumo
A escola tem sido lócus permanente do confronto de concepções e valores em relação à sexualidade e ao gênero. Esses enfrentamentos se mostram: (1) na elaboração de normativas da política de educação; (2) em controvérsias públicas que envolvem a política de educação e gênero e sexualidade; (3) bem como no fazer cotidiano das escolas e dos educadores, nos embates em torno dos currículos escolares. Nos últimos anos, assistimos a diversas controvérsias, em que as expressões de gênero e sexualidade infantojuvenis e a escola estiveram no centro. Esse artigo volta seu olhar para o pânico moral criado em torno do Projeto Escola sem Homofobia (ESH), chamado de “kit gay” por seus detratores, a partir de 2011. A trajetória do ESH nos possibilita refletir sobre o papel estratégico dessa polêmica para os “destinos” da política de educação nos últimos anos no país. O episódio do ESH pode ser considerado um “estopim” para que outros projetos e temas muito vinculados a uma pauta “conservadora” ganhassem força na sociedade brasileira. Acompanhamos o acionamento da terminologia “ideologia de gênero” em torno dos planos de educação no país, e mais recentemente, no processo eleitoral para a Presidência da República, vimos o “kit gay” ser um dos principais artefatos da campanha do presidente eleito. Essas controvérsias têm como pontos de interseção o confronto de moralidades em relação ao gênero e à sexualidade e a mobilização do discurso de defesa das crianças e dos adolescentes.
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