A Base Nacional Comum Curricular dialoga (ou não) com o princípio da gestão democrática do ensino?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20435/serie-estudos.v27i59.1568

Palavras-chave:

BNCC, gestão democrática, participação

Resumo

Este artigo pretende fazer uma reflexão sobre como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) dialoga (ou não) com o princípio da gestão democrática do ensino, partindo da análise das categorias de participação e autonomia. Com a homologação de tal política, constata-se a necessidade de uma proposta de ação que supere as dificuldades encontradas na implementação de um ensino, de fato, democrático, e, por isso, a escola deve ser (re)pensada a partir da recuperação das formas de participação, sejam elas ativas ou passivas, das classes subalternas nas políticas dominantes. Nesse contexto, a leitura e a análise de documentos que envolvem a elaboração, a discussão, a aprovação e idealização concreta, ou seja, os textos referentes à Base Nacional Comum Curricular, tal como a consolidação da gestão democrática a partir da Constituição Brasileira de 1988 e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, fazem-se necessárias com vistas à presença, ou não, dos princípios legítimos e efetivos da gestão democrática da educação, já consagrada formalmente em nosso país, ainda que, infelizmente, não incorporada à prática social e educacional.

Biografia do Autor

Rita Schane, Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)

Doutoranda em Educação na Linha Políticas Educacionais pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Mestre em Educação na Linha Políticas Públicas e Gestão da Educação pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Especialista em Educação, com ênfase em Psicopedagogia. Graduação em Pedagogia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Professora da Unisantacruz e Unifael. Supervisora de Avaliação da Editora Aprende Brasil.

Sandra Regina Bernardes de Oliveira Rosa, Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)

Doutoranda em História e Políticas Educacionais do Programa de Pós-Graduação em Educação na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Mestre em Educação Linha de Políticas Educacionais do Programa de Pós-Graduação em Educação na Universidade Tuiuti do Paraná (PPGE/UTP). Especialista em Psicopedagogia e Educação Especial Inclusiva pela Faculdade São Braz. Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Pedagoga escolar da Rede Estadual de Ensino do Paraná e Pedagoga escolar pela Rede Municipal de Ensino de Curitiba.

Sirley Terezinha Filipak, Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)

Graduação em Pedagogia Pela Universidade Federal do Paraná (1983). Mestrado em Educação Recursos Humanos e Educação Permanente pela Universidade Federal do Paraná (1992). Doutorado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2011). Professora doutora do Programa de Pós-Graduação em Educação e cursos de Licenciaturas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

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Publicado

2022-05-20

Como Citar

Schane, R., Rosa, S. R. B. de O., & Filipak, S. T. (2022). A Base Nacional Comum Curricular dialoga (ou não) com o princípio da gestão democrática do ensino?. Série-Estudos - Periódico Do Programa De Pós-Graduação Em Educação Da UCDB, 27(59), 219–240. https://doi.org/10.20435/serie-estudos.v27i59.1568

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Artigos