Educar-se em movimento: prostitutas militantes e a construção da autonomia

Autores

  • Fabiana Rodrigues de Sousa Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL)

DOI:

https://doi.org/10.20435/2318-1982-2016-v.21-n.43(06)

Palavras-chave:

Prostitutas, Educação Popular, Autonomia.

Resumo

Neste artigo, são tecidas reflexões acerca de processos educativos consolidados por mulheres que participam de associações de prostitutas localizadas nas cidades de Belo Horizonte, Campina Grande, João Pessoa e Recife, com vistas a compreender como prostitutas militantes se educam no movimento de luta por seus direitos. As reflexões apresentadas foram gestadas à luz do referencial da Educação Popular ao longo de pesquisa de pós-doutoramento concluída em 2014. O diálogo e convívio metodológico com as participantes da pesquisa engendraram a compreensão de que o processo de organização de prostitutas em associações tem favorecido sua articulação permitindo o planejamento e execução de ações educativas nesses espaços, de modo a fortalecer a leitura crítica da realidade e o desenvolvimento da autoestima e autoconfiança dessas mulheres, elementos necessários para seu engajamento na luta por direitos e construção de sua autonomia.

Palavras-chave: Prostitutas; educação popular; autonomia.

 

Biografia do Autor

Fabiana Rodrigues de Sousa, Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL)

Docente do Programa de Mestrado em Educação (UNISAL). Pedagoga com Mestrado e Doutorado em Educação pela UFSCar. Parecerista ad hoc do GT - Educação Popular (ANPED).

Referências

AMARAL; D. M.; GARCIA-MONTRONE, A. V. Educação popular: metodologia de pesquisa como processo educativo. Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, Salvador, BA, v. 24, n. 43, p. 75-88, jan./jun. 2015.

BRANDÃO, C. R. Andarilhagem. In: STRECK, D. R.; REDIN, E.; ZITKOSKI, J. J. (Org.). Dicionário Paulo Freire. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2010. p. 41-42.

CALDART, R. S. Educação em movimento: formação de educadoras e educadores no MST. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

FALS BORDA, O. Da pedagogia do oprimido à pesquisa participativa. In: STRECK, Danilo (Org.). Fontes da pedagogia latino-americana: uma antologia. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2010.

FERNANDES, R. S. Educação não-formal, os registros e a oralidade. Série-Estudos, Campo Grande, MS, n. 38, p. 169-182, jul./dez. 2014.

FIORI, E. M. Conscientização e educação. Educação e Realidade, Porto Alegre, RS, v. 11, n. 1, p. 3-10, jan./jun. 1986.

______. Aprenda a dizer sua palavra. In: FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970. p. 1-15.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970. (Série Ecumenismo e humanismo, v. 16).

______. Política e educação: ensaios. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2003. (Coleção Questões de nossa época, v. 23).

______. Educação e mudança. Tradução de Moacir Gadotti e Lillian Lopes Martin. 32. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2010. (Coleção Educação e Comunicação, v. 1).

LARROSA-BONDÍA, J. Notas sobre a experiência e o saber da experiência. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 19, p. 20-28, jan./abr. 2002.

LENZ, F. C. O estado da saúde e a “doença” das prostitutas: uma análise das representações da prostituição nos discursos do SUS e do terceiro setor. 2011. Monografia (Especialização em Comunicação em Saúde) ‒ Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, Fundação Osvaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2011.

MEJÍA, M. R. Educação e pedagogias críticas a partir do sul: cartografias da Educação Popular. Rio de Janeiro: Nova América, 2012.

MORETTI, C. Z. Rebeldia/rebelião. In: STRECK, D. R.; REDIN, E.; ZITKOSKI, J. J. (Org.). Dicionário Paulo Freire. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2010. p. 345-348.

OLIVAR, J. M. N. Devir puta: políticas da prostituição de rua na experiência de quatro mulheres militantes. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2013.

OLIVEIRA, M. W. et al. Pesquisando processos educativos em práticas sociais: reflexões e proposições teórico-metodológicas. In: OLIVEIRA, M. W.; SOUSA, F. R. (Org.). Processos educativos em práticas sociais: pesquisas em educação. São Carlos, SP: EdUFSCar, 2014. p. 113-141.

OSBORNE, R. Las prostitutas: una voz propia (crónica de un encuentro). Barcelona: Icaria Editorial, 1991.

RIBEIRO JUNIOR, D. et al. Educar-se com grupos, organizações e movimentos sociais: processos educativos em práticas sociais populares. Revista Pedagógica, Chapecó, SC, v. 15, n. 181, p. 45-58, jul./dez. 2013.

SILVA, P. B. G. Educação e identidade dos negros trabalhadores rurais do Limoeiro. 1987. 293 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 1987.

SOUSA, F. R. Entre o medo e a ousadia: educando-se na prática da prostituição. Revista Ártemis, v. 18, n. 1, p. 61-68, jul./dez. 2014.

______. Ações educativas desenvolvidas por prostitutas organizadas: tecendo confiança e autonomia. Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 24, n. 43, p. 161-169, jan./jun. 2015a.

______. Círculos de cultura e associações de prostitutas: aprendendo a dizer sua palavra. In. Anais da 37ª REUNIÃO ANUAL DA ANPED, Florianópolis, 2015b. Disponível em: <http://www.anped.org.br/sites/default/files/trabalho-gt06-4016.pdf> Acesso em: 19. Out. 2015.

STRECK, D. R. Uma pedagogia do movimento: os movimentos sociais na obra de Paulo Freire. Revista de Educação Pública, Cuiabá, MT, v. 18, n. 36, p. 165-177, jan./abr. 2009.

TAVARES, M. T. G. Educação popular e movimentos sociais contemporâneos: algumas notas para reflexão. Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, Salvador, BA, v. 24, n. 43, p. 49-61, jan./jun. 2015.

VASCONCELOS, V. O.; OLIVEIRA, M. W. Educação popular: uma história, um que-fazer. Educação Unisinos, São Leopoldo, RS, v. 13, n. 2, p. 135-146, maio/ago. 2009.

Downloads

Publicado

2016-09-12

Como Citar

Sousa, F. R. de. (2016). Educar-se em movimento: prostitutas militantes e a construção da autonomia. Série-Estudos - Periódico Do Programa De Pós-Graduação Em Educação Da UCDB, 21(43), 109–126. https://doi.org/10.20435/2318-1982-2016-v.21-n.43(06)

Edição

Seção

Dossiê