Respiração oral: um fator que pode prejudicar a aprendizagem da matemática

Autores

  • Olinda Teruko Kajihara Universidade Estadualde Maringá.
  • Cintia Megumi Nishimura

Resumo

Este estudo teve como objetivo especificar as razões de chances (odds ratio) de os alunos respiradoresorais apresentarem maiores dificuldades na matemática que os respiradores nasais. Foram avaliados 30respiradores orais e 33 respiradores nasais de 3ª e 4ª séries do Ensino Fundamental. Tarefas de resoluçãode operações e de problemas dos campos aditivo e multiplicativo foram aplicadas. As chances de um alunoapresentar baixo desempenho na resolução de problemas e de operações são oito e quatro vezes maioresse ele for respirador oral do que respirador nasal. Na resolução de operações, verificou-se que as chancesde um aluno cometer erros de atenção, no algoritmo e, ainda, de atenção e no algoritmo são 4, 4 e 18 vezesmaiores se ele for respirador oral do que respirador nasal. Na resolução de problemas, as chances de orespirador oral apresentar erros de atenção e de interpretação são 10 e 9 vezes maiores que as do respiradornasal. Portanto, a respiração oral é um fator que favorece a ocorrência de dificuldades de matemática.

Biografia do Autor

Olinda Teruko Kajihara, Universidade Estadualde Maringá.

Dra. em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humanopela Universidade de São Paulo. Profa. do Programa dePós-Graduação em Educação da Universidade Estadualde Maringá.

Cintia Megumi Nishimura

Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Maringá. Fonoaudióloga clínica.

Referências

ADAMS, Ronald C. et al. Jogos, esportes e exercícios para o deficiente físico. 3. ed. São Paulo: Manole, 1985.

AMERICAN THORACIC SOCIETY. Standards and indications for cardiopulmonary sleep studies in children. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, New York, v. 153, n. 2, p. 866-878, feb. 1996.

ARAGÃO, Wilson. Respirador bucal. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 64, n. 8, p. 349-352, ago. 1988.

ASSENCIO-FERREIRA, Vicente José. Alterações dos pares cranianos devida à respiração oral. In: KRAKAUER, Lilian Huberman; DIFRANCESCO, Renata C.; MARCHESAN, Irene Queiroz (Orgs.). Respiração oral. São José dos Campos: Pulso, 2003. p. 37-40.

AYRES, Manuel et al. BioEstat: aplicações estatísticas nas áreas das ciências biomédicas. Versão 3.0. Belém: Sociedade Civil Mamirauá/CNPq, 2003.

BLUNDEN, Sara; LUSHINGTON, Kurt; KENNEDY, Declaen. Cognitive and behavioural performance in children with sleep-related obstructive breathing disorders. Sleep Medicine Reviews, London, v. 5, n. 6, p. 447-461, Dec. 2001.

CARVALHO, Gabriela Dorothy de. S.O.S. respirador bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. São Paulo: Lovise, 2003.

CATLIN, George. Shut your mouth and save your life. London: Trüebner and Company, 1870.

CHERVIN, Ronald D. et al. Inattention, hyperactivity and symptoms of sleep-disordered breathing. Pediatrics, Illinois, v. 109, n. 3, p. 449-456, Mar. 2002.

CRAIG, Timothy. J. et al. Nasal congestion secondary to allergic rhinitis as a cause of sleep disturbance and daytime fatigue and the response to topical nasal corticosteroids. Journal of Allergy and Clinical Immunology, New York, v. 101, n. 5, p. 633-637, May 1998.

DIFRANCESCO, Renata C. Definindo a respiração oral. In: KRAKAUER, Lilian Huberman; DIFRANCESCO, Renata C.; MARCHESAN, Irene Queiroz (Orgs.). Respiração oral. São José dos Campos: Pulso, 2003. p. 15-17.

DUCHESNE,Mônica et al. Teste de atenção visual 2-R. Rio de Janeiro: Centro de Neuropsicologia Aplicada, [s.d.].

FILUS, Josiane Fujisawa. Estudo de problemas posturais e de aprendizagem em alunos respiradores orais. 2006. 97f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2006.

GISLASON, Thorarinn; BENEDIKTSDÓTTIR, Bryndis. Snoring, apneic episodes, and nocturnal hypoxemia among children 6 months to 6 years old: an epidemiological study of lower limit of prevalence. Chest, Illinois, v. 107, n. 4, p. 963-966, Apr. 1995.

GODOY, Miriam Adalgisa Bedim. Problemas de aprendizagem e de atenção em alunos com obstrução das vias aéreas superiores. 2003. 123f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2003.

GOMES, Thaís de Sá. Avaliação do desenvolvimento escolar de alunos respiradores orais. 2007. 93 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2007.

GUILLEMINAULT, Christian et al. Sleep apnea in eight children. Pediatrics, Illinois, v. 58, n. 1, p. 23-30, July 1976.

K AJIHARA, Olinda Teruko. Estudo de fatores orgânicos que influenciam na aprendizagem escolar: a respiração oral decorrente de obstrução nasal, 2007. Projeto de Pesquisa.

KAZAKEVICH, Juliana Godoi; NEVES, Juliana Amazilia; KAJIHARA, Olinda Teruko. As consequências da respiração oral no desenvolvimento infantil. In: ENCONTRO ANUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 27., 2008, Foz do Iguaçu.. Anais... Foz do Iguaçu: Universidade Estadual do Oeste do Paraná, 2008. p. 1-4.

KENDALL, Florence Peterson et al. Músculos: provas e funções. 4. ed. São Paulo: Manole, 1995.

LACK, Gideon. Pediatric allergic rhinitis and comorbid disorders. Journal of Allergy and Clinical Immunology, New York, v. 108, n. 1, S9-S15, July 2001.

LAMPASSO, Judith D.; LAMPASSO, James G. Allergy, nasal obstruction, and occlusion. Seminars in Orthodontics, Orlando, v. 10, n. 1, p. 39-44, Mar. 2004.

LEAL, Luiz Donadon. A hipertrofia das tonsilas faríngeas e suas repercussões na atenção e na aprendizagem escolar. 2004. 77f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2004.

LUSVARGHI, Luiza. Identificando o respirador bucal. Revista da Associação Paulista dos Cirurgiões Dentistas, São Paulo, v. 53, n. 4, p. 265-274, jul./ago. 1999.

MACIEL, Roberto Nascimento. Distúrbios do sono (respiratório) no respirador bucal. In: COELHO-FERRAZ, Maria Júlia Pereira (Org.). Respirador bucal: uma visão multidisciplinar. São Paulo: Lovise, 2005. p. 225-246.

MARCHESAN, Irene Queiroz. O trabalho fonoaudiológico nas alterações do sistema estomatognático. In: MARCHESAN, Irene Queiroz et al. (Orgs.). Tópicos em Fonoaudiologia. São Paulo: Lovise, 1994. p. 83-96.

MARCUS, Carole L. Sleep-disordered breathing in children. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, New York, v. 164, n. 1, p. 16-30, July 2001.

MENDES, Adébora Francis Tozzi; BARBOSA, Teresa Cristina; NICOLOSI, Regina. O respirador bucal na visão da fonoaudiologia: enfoque fonoaudiológico. In: COELHO-FERRAZ, Maria Júlia Pereira (Org.). Respirador bucal: uma visão multidisciplinar. São Paulo: Lovise, 2005. p. 181-194.

MOCELLIN, Leônidas; CIUFFI, Claudia Valéria. Alteração oclusal em respiradores bucais. Jornal Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Maxilar, Curitiba, v. 2, n. 7, p. 45-48, jan./fev.1997.

NIEMINEN, Peter; TOLONEN, Uolevi; LÖPPÖNEN, Heikki. Snoring and obstructive sleep apnea in children: a 6-month follow-up study. Archives of Otolaryngology, Head and Neck Surgery, Chicago, v. 126, n. 4, p. 481-486, Apr. 2000.

OWENS, Judith et al. Sleep and daytime behavior in children with obstructive sleep apnea and behavioral sleep disorders. Pediatrics, Illinois, v. 102, n. 5, p. 1178-1184, Nov. 1998.

PARADISE, Jack L. et al. Assessment of adenoidal obstruction in children: clinical signs versus roentgenographic findings. Pediatrics, Illinois, v. 101, n. 6, p. 979-986, June 1998.

PRESCOTT, Christopher. Nasal obstruction in infancy. Archives of Disease in Childhood, London, v. 72, n. 4, p. 287-289, Apr. 1995.

RAHBAR, Reza. Adenotonsillar hypertrophy: The presentation and management of upper airway obstruction. Seminars in Orthodontics, Philadelphia, v. 10, n. 4, p. 244-246, Dec. 2004.

ROCHA, Fabiana Paz; PINTO, Márcia Mirella de Albuquerque; SILVA, Hilton Justino da. A diminuição do olfato como uma conseqüência da respiração oral. Jornal Brasileiro de Fonoaudiologia, Curitiba, v. 4, n. 14, p. 56-58, jan./mar. 2003.

RODRIGUES, J. Respiração bucal. Jornal Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Maxilar, Curitiba, n. 1, p. 44-46, 1996.

RUBIN, Robert M. Facial deformity: a preventable disease? The Angle Orthodontist, Massachusetts, v. 49, n. 2, p. 98-103, Apr. 1979.

SÁ FILHO, Floriano Peixoto Gomes de. As bases fisiológicas da ortopedia maxilar. São Paulo: Santos, 1994.

SAS/STAT. Version 9. Cary: SAS Institute Incorporation, 2002-2003.

SILVA, Marta Damásio da. Problemas de aprendizagem em escolares com rinite alérgica. 2005. 104 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2005.

SKONER, David P. Allergic rhinitis: Definition, epidemiology, pathophysiology, detection, and diagnosis. Journal of Allergy and Clinical Immunology, New York, v. 108, n. 1, p. S2-S8, July 2001.

TSUJI, Domingos Hiroshi; CHUNG, Daniel. Causas de obstrução nasal. In: KRAKAUER, Lilian Huberman; DIFRANCESCO, Renata C.; MARCHESAN, Irene Queiroz (Orgs.). Respiração oral. São José dos Campos: Pulso, 2003. p. 91-100.

URSCHITZ, Michael S. et al. Snoring, intermittent hypoxia and academic performance in primary school children. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, New York, v. 168, n. 4, p. 464-468, Aug. 2003.

VALERA, Fabiana C. P. et al. Muscular, functional and orthodontic changes in pre school children with enlarged adenoids and tonsils. International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology, Clare, v. 67, n. 7, p. 761-770, July 2003.

VINUELA, Liliana Palma. Rinite alérgica em pediatria. In: SIH, T.; CHINSKI, A.; EAVEY, R. III Manual de otorrinolaringologia pediátrica da IAPO. São Paulo: International Association of Pediatric Otorhinolaryngology, 2003. p. 133-139.

Downloads

Publicado

2013-05-31

Como Citar

Kajihara, O. T., & Nishimura, C. M. (2013). Respiração oral: um fator que pode prejudicar a aprendizagem da matemática. Série-Estudos - Periódico Do Programa De Pós-Graduação Em Educação Da UCDB, (33). Recuperado de https://serie-estudos.ucdb.br/serie-estudos/article/view/78

Edição

Seção

Artigos